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quinta-feira

COMO APLICAR UM PASSE?



O passe foi incluído nas práticas do Espiritismo como um auxiliar dos recursos terapêuticos ordinários. É, portanto, um meio e não a finalidade do Espiritismo. No entanto, muitas pessoas procuram o centro espírita em busca somente da cura ou melhora de seus males físicos, psicológicos e dos distúrbios ditos "espirituais".
Geralmente, as pessoas que assim procedem são nossos irmãos que desconhecem os fundamentos do Espiritismo. Muitos vêem no Espiritismo mais uma religião, criada por Kardec. Outros ligam-no somente à mediunidade, temendo sua prática, que envolveria o relacionamento com "almas do outro mundo". Ainda outros associam-no a curas, e mesmo à fórmulas místicas para a solução de problemas financeiros, conjugais, etc. Há aqueles que, sem nada conhecer, tomam passes freqüentemente, por hábito, mesmo sem estarem necessitando. Isso tudo resulta do desconhecimento doutrinário, de interpretações pessoais, da disseminação de conceitos errôneos.
É dever do centro espírita, por meio do seu corpo de trabalhadores, esclarecer os que o procuram acerca dos objetivos maiores do Espiritismo, que gravitam em torno da libertação da criatura das amarras da ignorância das leis divinas, alçando-a à perfeição.
Bem orientado, o centro espírita é um foco de luz na Terra, que ilumina o saber e o amor, a razão o e sentimento. Daí ele ser a um só tempo:
  • Escola - que possibilita ao ser humano, pelo estudo constante disciplinado, inteirar-se das sábias leis divinas que regulam o seu destino.
  • Hospital - onde são socorridos os acidentados da alma pelos recursos fluídicos e espirituais, como o passe, a água fluidificada, a prece, a desobsessão, a palavra de esperança e encorajamento, o estudo evangélico e doutrinário.
  • Oficina de trabalho no bem - onde, ajudando o próximo carente, o ser ajuda-se a si próprio, aprendendo e vivenciando os valores cristãos, a verdadeira caridade, tal qual definida na resposta à questão 886 de O Livro dos Espíritos: "Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas".

4. Os mecanismos do passe

Muitas vezes, a fé que leva as pessoas a procurarem os recursos do passe é cega. Desconhecem os seus mecanismos, os seus efeitos e sua aplicação. A fé cega é mística. A fé verdadeira é uma força atrativa e fixadora das energias benéficas.
O Espiritismo possui elementos para o devido esclarecimento acerca dos mecanismos do passe. O passe não é algo sobrenatural. Ele ocorre com base em leis naturais que regulam a ação dos fluidos responsáveis por todos os fenômenos espirituais. São leis diversas das que regem os fenômenos da matéria, do mundo corporal. A ciência oficial, que têm como objeto exclusivo o estudo da matéria, não pode explicar o passe.
Para entendermos os mecanismos do passe, é importante estudarmos os fluidos e suas leis, o que inclui a análise do perispírito, suas funções, suas propriedades. Tudo isso encontra-se exposto nas obras básicas de Allan Kardec, notadamente no capítulo 14 de A Gênese, bem como em outras obras sérias, como as de André Luiz, Léon Denis, Yvonne Pereira, Philomeno de Miranda, etc.
Do ponto de vista "técnico", o passe é a ação dirigida de certos fluidos. Sua aplicação processa-se de perispírito a perispírito. E por estar o perispírito ligado ao corpo físico célula a célula, exerce sobre ele preponderante influência. Daí se compreende, por exemplo, o bem estar físico que decorre da ação do passe. A energia salutar transmitida ao perispírito repercute no corpo, nos órgãos enfermos, por um processo de ressonância. É por isso que o passista não necessita tocar o corpo do paciente enfermo.

A aplicação do passe

a) Preparo
Para lograr bom resultado, todo trabalho espiritual necessita de preparo. No caso do passe, deve haver preparo tanto do passista como do enfermo. Da parte do primeiro, porém, esse preparo deve ser constante, em vista das emergências que ocorrem no centro espírita e fora dele.
O ideal seria que toda aplicação de passe fosse precedida de esclarecimento doutrinário sobre os fluidos, a fé, a oração, etc. Com o estudo e as reflexões evangélicas o ambiente se tranqüiliza e os fluidos atuam de forma mais adequada.
Por meio dessas atividades preparatórias, quem vai receber o passe aprende a buscar sua melhoria não somente pelo passe, mas pela eliminação de suas imperfeições morais, causa última dos seus males. Essa é a terapêutica de profundidade proposta pelo Espiritismo.
Quanto ao passista, não há necessidade que receba antes o chamado "passe de limpeza", a fim de estar mais apto para aplicar o passe. Essa "limpeza" deve ser obtida por seus esforços em seguir as normas apontadas nas seções 6 e 7. Não é submetendo-se a uma operação momentânea que poderá tornar-se instrumento dócil e puro dos Espíritos Superiores.
b) Técnicas
Perguntado sobre qual seria a melhor técnica para a transmissão do passe (O Consolador, no 99), Emmanuel respondeu:
    O passe deverá obedecer à fórmula que forneça maior percentagem de confiança, não só a quem o dá, como a quem o recebe. Devemos esclarecer, todavia, que o passe é transmissão de uma força psíquica e espiritual, dispensando qualquer contato físico na sua aplicação.
Comentando o assunto em seu livro Conduta Espírita (cap. 28), André Luiz, adverte:
    Lembrar-se de que na aplicação de passes não se faz precisa a gesticulação violenta, a respiração ofegante ou o bocejo contínuo [...]. A transmissão do passe dispensa qualquer recurso espetacular.
Não há técnicas únicas para aplicação do passe. O passe deve ser simples. Em qualquer caso, dispensam-se quaisquer gestos estranhos, fórmulas místicas e outros recursos espetaculares. É falta de estudo da Doutrina Espírita que tem levado a adoção de práticas estranhas nos trabalhos de passe em muitas casas espíritas.
Detalhando mais o ensino, destaquemos algumas atitudes exteriores comuns que o médium passista deve abolir:
  • Tilintar dos dedos, esfregar ou tremer as mãos;
  • Tocar o paciente. O passe não é dado no corpo físico, como já salientamos. É recomendável guardar certa distância do paciente.
  • Reflexos. O doador de energias pelo passe não deve se deixar influenciar pelos desarranjos emocionais e enfermiços de certos pacientes. A influencia negativa nunca atinge quem está bem física e espiritualmente, com domínio de suas emoções. É da lei que o bem dilua o mal. André Luiz conta em Nos Domínios da Mediunidade que num trabalho mediúnico se comunicou o Espírito José Maria, altamente perturbado, inferior. A médium que o serviu foi Celina, que era qual "harpa delicada" nas mãos dos Benfeitores, pelos seus dotes morais. André Luiz estranhou que justamente ela fosse a intérprete de tão perversa criatura. O Instrutor Áulus explica, porém: "Quanto aos fluidos de natureza deletéria, não precisamos teme-los. Recuam instintivamente ante a luz espiritual que os fustiga e desintegra". De fato, a ação do bem irradiado por Celina desintegrou os fluidos perniciosos de José Maria. Se a médium não estivesse preparada os danos seriam inevitáveis. Assim também ocorre no passe.
  • Tomar passe após aplicá-lo. É uma pratica dispensável. Muitos passistas empregam-na por desconhecimento dos mecanismos fluídicos; alegam que é para "eliminar as más influências" e se "reabastecer". O passe adequadamente desenvolvido não exaure quem o transmite, muito pelo contrário. No livro Conduta Espírita, André Luiz recomenda-nos "jamais temer a exaustão das forças magnéticas" (cap. 28). O médium passista é canal pelo qual circulam abundantemente as forças radiantes que emanam do "Céu". Em sua obra Nos Domínios da Mediunidade (cap. 17), esse mesmo autor relata um diálogo de seu amigo Hilário Silva com o Instrutor Áulus. Perguntando Hilário se os trabalhadores encarnados que examinavam ministrando o passe não precisariam recear a exaustão, obtém esclarecedora resposta:

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